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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Relatos



Em outubro de 2014, aos 47 anos, casada, com duas filhas de 13 e 15 anos descobri através do autoexame um nódulo na mama esquerda, o qual posteriormente foi confirmado a malignidade. Em seguida, tudo mudou. Ainda me lembro da manhã, quando me dei conta de que havia alguns sinais mostrando algo "anormal" na minha rotina. Após o diagnóstico, sentia umas agulhadas leves exatamente no local do nódulo, o qual era palpável. Eu nunca tinha notado nada disso, devido a densidade da mama, mas lá estava ele.
Da primeira consulta até a data da cirurgia, o período transcorrido foi quase um mês. Eu queria me livrar daquele invasor, eu passei a senti-lo como se tivesse vida própria, pulsação e tudo mais.  Eu me lembro de sentir um ligeiro pânico enquanto minha mente considerava algumas possibilidades, mas estes momentos foram raros. Preferi dar agilidade ao tratamento, fiz muitos exames, e comecei a preparar as armas para a batalha que viria.
Afinal de contas, não havia casos de câncer em minha família. No inicio ficava me indagando: Por que?  Os motivos prováveis: obesidade, sedentarismo, alimentação errônea, estresse, gravidez aos 32 anos, enfim, não bebo, não fumo, e tento levar uma vida mais saudável possível.
Em novembro fui operada, foi retirado o nódulo através da quadrantectomia com a preservação da mama, e o esvaziamento axilar (linfadenectomia) foi realizado, pois através do resultado positivo do exame do linfonodo sentinela foi necessário o esvaziamento axilar.
A recuperação não foi fácil, senti muitas dores e o incômodo do dreno, chamado de cachorrinho, este privava os movimentos. Eu resolvi escondê-lo em uma bolsinha, pois não conseguia ficar olhando para aquilo. Minhas irmãs Marcela e Silvia foram as enfermeiras mais amorosas do mundo. Minha mãe, minha eterna companheira, não tinha nervos para fazer os curativos, assim como, meu marido e filhas, não conseguiam nem olhar.
A recuperação foi mais rápida do que imaginara. Em dezembro, fui liberada para viajar, sem cometer excessos e sem banhos de mar. A viagem havia sido planejada desde abril 2014, eram familiares e amigos, e quando decidi ficar, todos concordaram em ficar também, fiquei muito emocionada com tal decisão, mas também senti que estava bem e que poderia participar.  Foi maravilhoso entrar o ano de frente para o mar. Agradeço o carinho de todos.  Este recomeço, de bem com a vida, foi importantíssimo. Minha amiga Amanda e sua família deram total apoio e foram férias maravilhosas.
Em janeiro, com o resultado da biopsia atestando o câncer de mama triplo negativo e com dois linfonodos afetados. Em seguida veio a parte que eu mais temia: a quimioterapia. Em agosto 2015 terminou o tratamento quimioterápico e iniciou a radioterapia até setembro. Os tratamentos foram realizados dentro das expectativas medicas, sem intercorrências.

A imunidade baixou, a fraqueza veio, as pernas fraquejaram, as mãos e os pés adormeceram, o cabelo e o restante dos pelos do corpo (até os cílios) caíram, enfim, como dizem os jovens foi “hard”. Mas lembrei de que desde o primeiro momento, roguei a Deus proteção, tranquilidade e muita força e fui ouvida. Para aqueles que me conhecem sabem que não sou de ir à igreja, mas minha fé foi minha fortaleza. Em dezembro realizarei os exames para verificação. A vida segue...



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